sexta-feira, 18 de abril de 2008

Tasara Weaving Centre

Hoje eu e o Luciano tivemos mais uma nova e diferente experiência, visitamos o Tasara Weaving Centre (centro de tapeçaria Tasara). Já havíamos ouvido comentários, então decidimos ir. Como sempre chamamos um taxista que fica a nossa disposição por um período de mais ou menos duas horas e nos leva para onde quisemos, claro que sem viagens, por apenas R$ 18,00.
Bom, vamos ao que interessa. Pegamos uma estradinha de terra cheia de vegetação tropical. Estava lindo, o verde com a luz do sol bem forte naquele ambiente rural. Já comecei a apreciar aquele ambiente bucólico.Curvas para cá, curvas para lá, e acabamos chegando depois de rodar mais ou menos 10 Km.
Legal, chegamos numa casa? Pensei eu. Que estranho estava imaginando um pavilhão....Que ambiente agradável. Um jardim grande, um caminho de terra e chegamos ao hall. Nos recebendo estava um senhor de mais ou menos 50 anos vestindo um Dhoti (tecido de algodão, geralmente branco, que os indianos enrolam na cintura formando uma saia comprida ou uma espécie de calção), uma camisa de botões e um chinelo de dedo. Simpático, nos convidou para entrarmos sem antes tirarmos os sapatos. Ai, ai, ai, ai, God please, sem sapatos? Olhei para o Luciano, vamos ter que encarar. Chão limpo, ainda bem, casa escura, escada em seguida. Subimos e chegamos numa sala que tinha várias janelas mas sem esquadria e vidro, simplesmente vãos rebocados e pintados.Estranho mas legal. Passamos por uma porta, quer dizer, vão, e entramos em uma varanda com três poltronas de vime com almofadas, tapete no chão e nos convidou para sentarmos. Para variar estávamos meio perdidos, pensando o que vai acontecer agora? Será que estamos no lugar certo? Em seguida entra em cena a esposa, de Sari com uma badeja com xícaras de chá com limão. Que delícia....Bom, as coisas começaram a fazer sentido, ele começou a bater papo em um inglês fluente. Queria saber sobre nós, conversou sobre a Índia. Problemas sociais, a guerra do Paquistão e Kashimira, sobre as idas dele à Europa... Que delícia, varanda, poltronas, chá, um rico papo com um Indiano.
_ “Luciano, estou com a impressão que entramos em um livro!”, disse eu, talvez porque, neste momento, eu esteja lendo a biografia do Gandhi.
Ele não estava com a menor pressa de mostrar o trabalho dele, queria trocar informações, mas chegou a hora de trabalhar. Nos levou, agora sim, em um pequeno pavilhão com dois pisos, um com uns sete teares o segundo com dois. Lá eles trabalham com seda, algodão e viscose. Eles mesmos tingem os fios. Cores vibrantes corantes químicos, cores claras corantes naturais. Com seda eles fazem mantas, com algodão e viscose fazem tapetes, tapeçaria para parede e toalhas para mesa. O forte do trabalho são as tapeçarias. Algumas diferentes, nada que eu me apaixonasse, mas tinham outras muito bonitas, mas não é um trabalho simples, são obras de arte, o que significa um custo não barato, pelo menos para quem não está pensado em investir nesse tipo de arte.
Ele construiu uma outra casa, mistura de arquitetura de Kerala com detalhes sofisticados ingleses. Lá é a galeria e também quartos para os alunos, na maioria europeus, dos quais ele dá cursos.
Nunca pensei que um dia estaria na Índia vivendo um momento desses. Isso me fez confirmar que na vida nós devemos aproveitar as oportunidades que aparecem, mesmo que para isso tenhamos que nos arriscarmos.

Um comentário:

Maria Amelia Maneque Cruz - Relações Públicas disse...

Martha,
Que experiência!!! Não tivestes vontade de aprender tapeçaria???
Hummmm eu já fiquei me vendo em frente aqueles teares....adorei este relato!!!
beijos
Mel